segunda-feira, 27 de outubro de 2014
Camisa velha
Quero teus dedos inquietos por meu cabelo desgrenhado
Teus lençóis jogados num emaranhado
Tua camisa velha contra meus seios abusados
Quero teus beijos de bom dia
Boa tarde
Boa noite
Despedida
"Por favor, fica"
Eu quero teus gritos e lamurias
Tuas lágrimas e gemidos
Quero passar o resto dos meus dias contigo
Eu quero você
sexta-feira, 12 de setembro de 2014
Vire a Esquina
Dobre a três metros da padaria
Siga em frente por mais três ruas
Entre a direita, eu estarei lá
Você virou a esquina amor?
Dobrou a três metros da padaria?
Seguiu em frente por mais três ruas e entrou a direita?
Eu estava lá amor? Oh eu queria estar lá amor
Eu não estava lá amor
Eu não estava lá amor
Eu não estava lá amor...
E o céu chorou por eu não estar lá
Ou eram apenas suas lágrimas que não te deixavam ver o céu?
Ou foi seu grito que serviu de raio?
Eu não sei, eu não estava lá amor
Eu não estava lá, mas eu queria estar
Eu estava lá amor...
Eu virei a esquina amor, entrei a três metros da padaria, segui em frente por mais três ruas, entrei a direita
E você estava lá
Com o céu chorando ao seu redor
Os raios saindo de seus lábios
Eu não pude fazer nada amor...
Eu estava lá amor
Eu não estava lá amor
Eu o ouvi chorar amor
Eu não pude consola-lo amor
Amor, amor... Siga em frente amor...
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
Beijos
Me roubou todo o ar, tomou de meus pulmões, sem permissão, sem delicadeza, com tamanha fome e lentidão... Foi me esvaindo lenta e dolorosamente, o motivo de minha respiração acelerar, agora era o que me privava de ar, e seria uma morte lenta, sim, tão lenta, lentamente prazerosa, lentamente extasiante... Nos teus braços... Sim, no meu lugar preferido do mundo, eu não me importo de morrer... Tendo meus lábios sugados avidamente, tendo em mente minha última lembrança de você.
domingo, 17 de agosto de 2014
Laços
Do começo ao fim
Pelo bem e o mal
De uma ponta a outra
Rasgou-me de dentro para fora
Juntou os pedaços lentamente
Com cola quente
Machucou a se mesmo ao me consertar
Não pagou nem metade da dor que me fez passar
Eu sou o espelho quebrado, consertado
Você aquele com os dedos cortados, quem quebrou, consertou
Ambos ainda andamos lado a lado
Com sangue seco, cicatrizes pesadas
As mãos fortemente atadas
Seguindo pelo caminho tortuoso que nos juntou
quarta-feira, 30 de julho de 2014
As responsabilidades batem à porta
Acordei adolescente
Antes do final do dia eu era uma adulta carrancuda
Em meus sonhos coloridos tudo estava bem
Meu dia correu em preto e branco
Quando dei por mim tudo era cinza
Alguém bateu à porta
As responsabilidades
Eu fui de lá para cá
Oprimida, esmagada, triturada, mastigada
Por fim, jogada no mesmo lugar
Meu lugar
Não se parece em nada como um 'lar'
É frio, vazio
Mas a cama é confortável
E por algumas horas, tudo está bem
Em meu mundo cinza
Nos meus sonhos coloridos
As responsabilidades batem á minha porta
quinta-feira, 5 de junho de 2014
Expressões Vazias
Palavras vazias e sem sentido
Pairando sobre incertezas divididas
Ecoando secas em seus ouvidos
A expressão certa escapou-me pelos dedos
O entendimento se perdeu no sussurro à meia noite
A desconexão plantada em si chegou ao fundo do seu ser
Foram jogadas ao relento minhas atitudes não pensadas
Foram levadas pelo desentendimento gerado aqui
Tu foste embora sem nunca entender as mensagens rabiscadas ao meio fio
Letras tortas rabiscadas em uma rua qualquer
Palavras ocas de um amor mudo
Surdo
Cego
Um amor sem expressão
terça-feira, 27 de maio de 2014
Indômito
Amar-te és errado?
Meu amor indômito és impuro a ti?
Não sou digna de ter seu amor apenas para mim?
Tu és começo e fim
O meio de meu sofrimento
Criatura insole
Amante de meu desmazelo
És perfeito em tua imperfeição
Ditador cruel que rege meu coração
E a mim? O que sois para ti?
Apenas aquela que vos ama
Aquela que jamais serás amada por ti
sexta-feira, 4 de abril de 2014
Rio
Você guardou tudo para si durante muito tempo, lamentou-se sozinho durante muito tempo. Você segurou as lágrimas que mais imploraram para correr livres por sua face, você tentou a todo custo ser feito de pedra, mas era demais, demais para uma só armadura de pedra, ela não pôde conter tudo... E agora?
Agora você se vê cheio de sentimentos que não sabe como lidar, se vê transbordar em angústia e solidão... Você afoga-se lentamente no rio de emoções que você mesmo construiu....
O barulho da chuva
Fiquei presa em um temporal
Encharcada da cabeça aos pés
Dilacerada minima e dolorosamente
Cercada de destroços do que um dia me pertenceu
Sozinha no frio que a chuva me deu
Mas eu gosto do barulho da chuva
Esse silêncio ensurdecedor
Tornando meus pensamentos meu próprio medo aterrador
Fazendo de mim o para-raio de alguma dor
As nuvens negras a cobrir meu olhar
O que há de estar lá?
Sol ou lua?
Céu ou mar?
Alegria ou dor?
Um arco-íris multicor?
Quem sabe até mesmo o
amor que um dia está chuva levou
quinta-feira, 3 de abril de 2014
Morremos por ele
Jardim de amor
Oh amor, o que fareis com meu jardim?
As belas rosas murcharam
Murcharam como nosso amor sem fim
Oh amor, o que fareis com meu jardim?
Sobraram apenas espinhos
Os espinhos machucam como as lembranças de um fim
Oh amor, o que fareis com meu jardim?
Não há mais nada aqui
Não estou a fazer me de mártir, mas como poderei recomeçar sem ti?
segunda-feira, 3 de março de 2014
No final
Sorriu de modo doce, sereno e encantador.
Segurou minha mão com carinho, zelo e de modo protetor.
E quem imaginaria que no final me traria somente dor?
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
Es amor
Tu es a felicidade suplicante trazida por lábios passageiros
Tu es amor...
Es minha maldição, minha cura
Es o que me impedi de correr
Es o que me implica a voar
Só tu... Doce e amargo amor, que vinde a mim para minhas noites roubar